segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Eco...


Quem és tu?
...
Não me respondes?

...

quem és tu?
Quem És Tu??

QUEM ÉS TU???

É como se entre mim e ela existisse apenas um eco infinito sem feedback possível...

Quem sou eu?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Chave


Sei-te. Sabes-me. Sabemo-nos.

Eu sei-te de uma maneira. Tu sabes-me de outra. Sabemo-nos desfasadamente.

Tento adivinhar-te. Pensas que me adivinhas. Nada sabemos um do outro.

São as meias palavras. O não querermos, ou não sabermos, ser directos. Essa é a razão que nos deixa a meio, no quase. Estou farta do quase.

Quase te conheço, quase te vejo, quase te quero demais, quase me sabes. Sim, quase me sabes. Quase tens um gosto... mas a degustação ficou a meio. Um quase nada de tudo, que não é mais que algo incerto...
Quase sou mulher... quase deixas de ser criança...

E não percebes?

Não percebes que não te sei. E isto sei-o de facto... e assusta-me... apenas porque sei sempre algo...

Perco-me nos caminhos que talvez também percorras. Procuro-te, mesmo quando não o sei. Ou talvez não procure, nem a ti nem a ninguém, mas lembro-me de ti, por vezes. Como saber? Não te sei. Nem a mim me sei. EUREKA. Se não me sei. Como podes tu saber-me?

Gostas de ferir e consegues ferir quase tão bem quanto quase mimas. Quando queres... Quando te apetece. Sempre te. E não percebes... Depois de todo este tempo finito não percebes e desistes...

mas algumas vez lutas-te?????? me?????


_______________!!!!!!!!!!!!!!!!AGARRA-ME!!!!!!!!!!!!______________________

Quando eu menos esperar. Não me deixes pensar. Ter medo. Encontra-me e agarra-me.

Está escrito, agora lê.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Boneca...


Ela tem medo de quebrar

frágil foi como a criaram e mais frágil ainda ela se criou...

Não. Não posso dar-ta. Tens mãos escorregadias e fácilmente a deixarás cair...

Sim, os cacos colam-se.
Sim, eu sei que gostavas de tê-la apenas uma vez.
Sim, a montra tem muitas outras bonecas.
Sim, eu sei que serás passageiro porque, simplesmente, queres brincar com todas.

Mas esta não te dou... porque esta sou eu...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A bailarina


Tão pequenina... tentando ainda equilíbrar-se no fato de bailarina, que não é mas que queria ser.
Com cuidado penteia o cabelo e calça os sapatinhos rosa de bailarina. Tenta fazer os gestos que as via fazer... para parecer a bailarina que queria ser...
Rodopia e salta sem falhar o equilíbrio... sorri... começa a sentir-se a bailarina que quer ser.

E dança, dança, dança...

dança até escurecer...

e ela agora acredita que é a bailarina que queria ser...

e dança, ainda mais, até o sol já não aparecer...

Pára. Ajeita a ropinha e equilíbra-se tão bem...sim, já é a bailarina que queria ser.

A noite cai... Tão pequenina... Tira agora o vestido de bailarina que ela já conseguiu ser...

E agora sem fato não é bailarina... Tão pequenina... Não sabe como o ser...

...resta adormecer...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Quantas....




Quantas sou?

Quantas tenho?

Quantas delas são verdadeiras?

Quantas delas eu invento?

Quantas?
Uma...duas...cem...meia...?

Quantas?

Quantas delas vocês me deixam ser?

Quantas?
Onze...doze...treze...meia?

Quantas delas cantam?
Quantas delas dançam?
Quantas delas são? Digam-me! Quantas??


Quantas delas me fazem ser?

Quantas?
Trinta...meia...três?

Quantas delas sabem ser?
Quantas? Alguma??

Quantas delas são verdadeiras?
Quantas delas cantam?
Quantas delas são?
Quantas delas vocês me fazem ser?

Quantas delas vocês me fazem ser?
Quantas delas VOCÊS me deixam ser?
Quantas?
uma...

meia...

nenhuma...?

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Mas hoje choveu..


Durante todos estes anos ela foi quem a fizeram. Olhava, respirava e agia consoante o que sempre lhe disseram para fazer. Mas hoje choveu... e hoje ela soube, sozinha, o que tinha de fazer. Soltou o cabelo...tirou os brincos, o espartilho e o vestido. Estava a chover e ela, apenas, sabia que o tinha que fazer. Perdeu os sapatos e as meias enquanto começava a correr, não olhou para trás, ela sabia que tinha que o fazer.
...
Correria... Suspiro... Ofegante... Respiração trava... mais perto... a chegar... "Sei que o tenho que fazer!"... Grita!...Ri!...chão...terra...lama...

Hoje estava a chover... e eu sabia que era isto que tinha que fazer...

pés... chão...lama..
chuva...dança...molhada...ri...dança...ri...molhada...lama...rodopia...toca...sente... Hoje estava a chover e ela soube o que tinha que fazer...

Hoje ela foi ela... Estava a chover...e hoje ela foi...ser...

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Rádio...


Era um rádio perdido e um som apagado. No cantinho ele lá estava, velho e coberto com pó. Já não lembro a última vez que tocou... mas tocou... tocou bastante. Para mim, para a minha mãe e pai...irmão...avós, tios e primos. Escondi-o no cantinho no dia em que parou de tocar...perdido...apagado...esquecido...

Pára! Pára esse som por favor! Não toques! Não me apetece ouvir-te hoje! Quero-te longe! Longe...longe... mata esta razão rodopiante que rompe o sentimento, que trava o acontecimento. Pára! Pára de tocar por favor...

Porque não és como o rádio perdido que, quando se esquece, o som fica apagado? Porquê??
És o silêncio mais barulhento que alguma vez não ouvi!
Pára!! Quero ouvir outra coisa... pelo menos uma vez...

Deixa-me rasgar este corpo que me afoga... me rouba o ar! APAGA-TE!!! Por Favor!

Porque raio o cérebro não é apenas um rádio??

...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Aquela...


Vês aquela lua ali? Aquela onde o sol já não chega, aquela onde pousas o choro, aquela, aquela! Vês?

Aquela onde só está metade, aquela que edificas e expulsas, vês? Aquela...!

Aquela onde acalmas o vento e semeias a tempestade... aquela ali... não vês?

Aquela que queres alcançar mas não consegues, aquela que plantas mas não nasce, semeias mas não cresce! Aquela... vês?

Aquela a quem traças o trilho e ela não segue... aquela! Não vês?

Aquela a quem cantas de voz desafinada, aquela a quem beijas de madrugada, aquela por quem chamas de dia... não vês?

Porque estás aqui então??

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Estranho...


Estranho é o caminho que sigo

Estranho é o caminho que digo

Estranho como o que nos rodeia

Estranho por ser estranhamente familiar...

Estranho é o caminho ser longo, mas não eterno...

As reticências que se escolhe não retomar,

os pontos finais que se colocam,

as exclamações e as interrogações perdidas pelo meio... Estranhas...

Os carrocéis em que escolhemos andar...

rápidos, intensos, mas rodam apenas sobre si mesmos, não me fazem avançar.

As montanhas russas de tanto me assustarem fazem-me crescer... mas isso são caminhos feitos por outros...

O meu caminho é estranho... estranhamente estranho de tão familiar....

terça-feira, 16 de outubro de 2007

A casa ao lado...


A casa ao lado tem uma janela de frente para a minha. Não quero mas sou tentada a espreitar. Tentação... A casa ao lado tem tecidos aveludados que a minha não tem, cores cheiros e sabores que a minha não almeja, sons que não consigo escutar, toques que nem me atrevo a imaginar... Comprei tecidos negros para tapar essa janela que dá para a casa ao lado, substituindo os tecidos brancos que antes tinha. Passei dias a olhar sem espreitar, o negro como barreira aliviava-me a dor da tentação que a casa ao lado causava, mas passava horas a indagar sobre o que lá se passava e era ainda pior... Decidi retirar os tecidos negros e nem os brancos coloquei, deixei que a minha janela ficasse nua para que a casa ao lado a podesse ver através da janela de frente para a minha. Assim o fez, vi como riu das minhas paredes por pintar, dos quadros e das fotografias por pendurar, dos sabores por degustar, dos toques por efectuar... O riso doeu e por isso coloquei de novo os tecidos brancos na janela.

Apercebi-me então que em dias de vento a casa ao lado espreitava a minha, bem no canto da janela de frente para a minha, na esperança que o vento afastasse os tecidos e deixasse assim ver algo, vi nela a curiosidade que antes fora a minha tentação. Não consegui perceber porque uma casa assim se interessava pela minha...



Hoje entendo... a saudade de um início, de um caminho, de uma história que a minha casa agora começa e que a casa ao lado começa a "finalizar"...



E o espaço entre ambas... esse espaço entre as janelas de ambas as casas? Poderá ser ignorado?


...

sábado, 13 de outubro de 2007

Olhos bonitos


Olhos bonitos.
Olhos bonitos são olhos azuis.
Olhos bonitos são olhos azuis de cenoura.
Olhos bonitos são olhos azuis de cenoura com a voz da minha avó como fundo.
Olhos bonitos são olhos azuis de cenoura com a voz da minha avó como fundo e um sorriso de criança crente.
Olhos bonitos são olhos azuis de cenoura com a voz da minha avó como fundo e um sorriso de criança crente que ainda acredita em contos de fadas.
Os meus olhos são castanhos... e eu gosto de cenoura...

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A caixa


A caixa é apenas uma caixa, uma caixa vazia repleta de histórias. Como se guardam histórias numa caixa? É uma boa pergunta, não sei é uma resposta sincera, a verdade é que se guardam.

Hoje fui buscar essa caixa vazia que tão cheia está... abri a tampa, fechei os olhos e lá saiu uma história... a tua, que se cruza com a minha e que por isso mesmo está guardada na minha caixa. Uma história com sorrisos que começam incertos, sinceros, hesitantes e que com o tempo se tornam leves e cúmplices... Olhares que inicialmente procuram algo incerto que apenas tem como certeza o destino que o recebe, destino esse a quem hoje se associa a palavra cumplicidade... Momentos que se confundem por tempos infindáveis que se partilham com alguém... Partilhei já mais contigo que com qualquer outra pessoa com que me cruzei até hoje e foste tu por vezes a criadora desses momentos tão especiais.

Hoje és tu a história que enche esta caixa vazia, a pessoa mais importante que alguma vez cruzou o meu caminho, não sei se estou a exagerar mas é o que sinto neste momento. Sem dúvida alguma és tu quem ocupa o lugar vazio da história da amizade...

Para a Malmequer

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Porque andas á chuva?



Bate a porta nas suas costas. Caminha serena para a casa de banho deixando atrás de si um rasto de pingos...ping...ping...ping. Fecha a porta e escorrega por ela abaixo. Um suspiro e atrás dele o olhar que se perde...
- Vamos sair para dançar?
* Dançar? Sabes que não sei dançar!!
- Sei que quero dançar contigo.
* Já te disse que não sei dançar!
- És mesmo parva, não percebes que é apenas um pretexto para te poder agarrar?
* Se assim é foi muito mal escolhido! Já te disse que não sei dançar.
- Posso apenas agarrar-te então?
O início de algo, tão fácil... parece uma brisa constante que passa sem magoar ou perturbar. Gostava tanto de ti quando me fazias rir...
- Miúda vamos tomar um café?
* Não sei se me apetece.
- Anda lá, vamos ver o pôr do sol...através da cúpula do Colombo...
* Que engraçados estamos hoje! Obrigado, prefiro ficar em casa!
- A fazer de baby-sitter dos cães e dos gatos?
* Antes isso que fazer de tua baby-sitter!!!
- Daqui a 10 minutos estou aí com um filme, hoje ajudo-te com as "crianças".
Gostava especialmente quando sabias caminhar para mim sem que eu tivesse que te dizer o caminho... gostava das surpresas, como uma serenata que me dava problemas com os vizinhos... um pequeno almoço na cama... uma visita inesperada no chuveiro... um sussurro no ouvido... uma noite sem fazer nada... Gostava de ti sim.
Hoje lembro-me de como te conheci, estavas no café a ler um jornal e viste-me passar, sorriste mas eu nem te vi... Correste atrás de mim, pegaste-me na mão e perguntas-te:
- Porque andas á chuva?
* Porque preciso.
Depois disso veio a troca de números, a cumplicidade, a paixão o carinho... e sim, podería atrever-me a dizer o amor, aquele que nos juntou por 3 anos... Durante todo esse tempo sempre me viste sair para andar á chuva, perguntavas porquê com o tempo deixei de te responder e tu de me perguntar...
-Miúda preciso falar contigo, bebemos café amanhã?
* Porque não vens cá a casa?
- Não... ah... é urgente, amanhã no café ao lado do teu prédio, ás 11.
Soube-o logo... se ao menos podesses ter esperado pelo que eu ia dizer...
- Não consigo mais estar contigo!
* Porquê?
- Porque não falas comigo, não me deixas saber o que está aí, dentro de ti! Nunca sequer te vi chorar, em 3 anos, NUNCA!
* Já reparaste que hoje está a chover?
- Já! Mas isso agora não é importante, acabou. Amanhã vou embora por uns tempos, preciso espairecer, nao me procures, pelo menos por enquanto.
* Tudo bem.
- Nem assim? És uma insensível!!!
Saí dali o mais rápido possível corri para a chuva, precisava dela sim, mais que nunca...
O olhar encontra-se de novo... tenho dentro de mim aquela necessidade de te dizer o que está preso cá dentro, aquilo que te ia dizer se não me tivesses atacado... Pego no telemóvel e escrevo aquilo que não me permito a mim mesma dizer:
" Porque assim ninguém me vê chorar..."

domingo, 9 de setembro de 2007

terra do sempre



Existe na terra do sempre um cantinho onde o sol nunca se põe, onde ele nunca nasce também… está sempre à espreita qual mistério existencial. Lá atrás das árvores esconde-se um mundo onde o sol brilha… onde quem está do lado de cá nunca poderá ir.

A Chuva vive do lado de cá. Já não se lembra quantos anos tem, nem mesmo quando nasceu, a idade foi algo que se perdeu com o tempo. Ela gosta de brincar em cima do lago, sempre que lhe apetece bate os seus pés em cima dele sem deixar que ele a apanhe… o seu passatempo preferido é mesmo provocá-lo para depois fugir para junto das árvores, apenas porque sabe que lá o lago não consegue chegar.

O Lago também vive do lado de cá, sabe que é velhinho, o resto nem se atreve a dizer. Passa os dias a olhar para o céu, um céu onde o sol não brilha mas onde também não é noite. Perde horas a pensar como seria se pudesse ver o sol ou a lua… horas que são interrompidas pelas criancices da Chuva que nem com a idade perde o seu jeito de menina.

As Árvores são as únicas que conhecem o lado de lá, mas não falam, por muito que a Chuva ou o Lago perguntem o que existe “lá” elas passam os dias a limpar as suas folhas, não fazem mais que isso…

A Chuva acha que do lado de lá está um sítio encantado… onde príncipes e princesas dançam ao som de violinos e são iluminados pelo sol. Sempre que dança em cima do lago imagina-se com um vestido de princesa, a rodopiar pela mão do seu príncipe…

O Lago acha que do lado de lá está a lua e o mar, perde horas a imaginar as conversas que ambos têm e gostaria de um dia poder fazer parte de uma delas… apenas de uma…

Do lado de lá está o sol e todo um outro mundo, do lado de cá a Chuva, o Lago, as Árvores, o sol que nunca nasce nem se põe (apenas existe) e acima de tudo os sonhos…

terça-feira, 21 de agosto de 2007


E é o fim!
Quando a história começa
e os sorrisos se perdem.
Quando duas mãos se tocam
e dois olhares se analisam
tentando entender o que escondem
Quando o tempo voa
e no entanto
nada parece terminar...
Quando o incerto é confortante
e o desconhecido excitante...
E é o fim,
quando o ínicio ainda não chegou...

domingo, 19 de agosto de 2007

Um mero pedaço de mármore


Um mero pedaço de mármore
Planeado, desenhado e concretizado
Muito antes de eu pisar este mundo
Observo-o
De tal forma belo, assim poderoso e impenetrável...
Pergunto-me quantos já o fizeram antes de mim...
Observo,
Os seus traços,
O seu olhar que comtempla o vazio...
Sento-me em frente a ela
Olho as suas mãos,
Assemelham-se a uma concha
Hoje têm folhas verdes,
De um verde brilhante, lustroso
Um brilho que representa a primavera...
O tempo passa
Sinto-me correr com ele
Sem no entanto tirar os olhos desta estátua
Vejo as folhas castanhas do Outono na sua mão
E mais tarde as gotas
Que ficam de uma chuva de inverno....
O tempo passa
E eu vou com ele
Mas ela não...
Ela fica
Enquanto nós continuamos o caminho...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

As luzes apagam-se...


As luzes apagam-se e tu olhas-me... embora não haja luz consigo ver-te com uma clareza que nunca antes havia alcançado. Tiro-te fotografias mentais para nunca mais me esquecer deste momento em que pela primeira vez te vi, depois de tantas outras vezes em que apenas te olhei. Não me quero esquecer de ti, nem tão pouco deste momento, não quero esquecer a luz do teu olhar naquela escuridão. Gosto do teu lado sombrio, não tens que ter medo. Gosto das lágrimas que sinto nos teus lábios, gosto da faísca que vejo no teu olhar. No meio da nossa imensidão ficamos sós e despimo-nos, sem a luz estamos nús, mas eu entendo-te não tenhas medo, despe-o! Já não há luz, só eu aqui estou, só eu te olho, só eu te vejo. As luzes apagam-se e tu não me vês, apenas me olhas, não consegues entender o que está para além do meu olhar. Precisas da luz para me ver e por isso mesmo ambos continuamos sós.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007


Corria o dia y do ano x, começou com chuva. Foi quase como se o dono da meteorologia adivinhasse o meu estado de espírito. Chorava por dentro, um choro que vinha bem lá do fundo, de lá dentro, daquele sítio que sabes bem qual é… aquele que ama, odeia, guarda memórias e sonha com as que virão, isso mesmo aquele sítio a que chamam coração. Ele acordou a chorar. Não, não lhe perguntei porquê, isso apenas faria com que acordasse aquele outro sítio onde habita a razão, isso mesmo o cérebro. Não quis saber qual a razão… mas eles comunicam… o cérebro é um sítio complicado que gosta de indagar acerca das coisas por isso assim que se apercebeu começou a questionar o que se passava com o seu amigo coração. Cedo se apercebeu que tudo se devia aquela maravilhosa palavra que só os portugueses proferem, saudade. Saudade? Mas saudade de quê? O pior é que o coração é aquele sítio indeciso… que apenas sente sem se perguntar seja sobre o que for… o diálogo é complicado como sabem…

O dia y passa lentamente, o canto da sua chuva embala as lágrimas do coração. Enquanto o cérebro insiste em não parar.

Final de tarde, a chuva pára, algures num momento ficou decidido que eu iria caminhar á beira-mar. Fui. Molhei os pés e sentei-me na areia fria da chuva e da água que a beija constantemente. As lágrimas voltaram, senti-as quentes enquanto deslizavam pelo rosto, coração e cérebro deram as mãos enquanto o pôr-do-sol começou a cair, senti algo que me invadiu, uma certeza repentina… Sorri… posso até chorar sem saber porquê, o meu coração e o meu cérebro podem inclusive levar a cabo batalhas infindas mas a verdade é que sou vida, recheada de momentos, momentos que me fazem feliz…

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

tic tac

Abro os olhos a luz incomoda-me e por isso mesmo sou obrigada a fechá-los de novo. Sou alertada não por um som mas pela falta dele, procuro na cama o vestígio de uma presença, nada, está apenas gelada. Abro de novo os olhos lutando contra a luz, tento olhar em volta mas fico presa na sombra de uma estrela que dança na parede, fecho os olhos de novo porque não aguento mais. Um flash traz á memória um beijo violento, abro os olhos repentinamente, o que se passou? Não me lembro deste beijo e no entanto senti-o tão real… mais uma vez a sombra, oscilando esquerda direita como o tic tac de um relógio. Fecho os olhos e de novo uma visão, foram beijos, abraços, arranhões violentos que me rasgaram a razão. Dentes que ferravam carne fervilhante de prazer, lábios que se cerravam para não soltar os gemidos que se debatiam para sair, palavras que se dirigiam não ao ouvido mas aos poros que lhes reagiam estremecendo e contorcendo-se. Abri de novo os olhos, conseguia sentir… inalava aquele cheiro a prazer, pecado saboroso, sentia ainda nos meus lábios os daquela outra pessoa sem rosto, porque não me lembro? Ansiava por entender o que se passava. A luz continua a incomodar-me, mais uma vez os olhos fecham e aquela imagem surge, um olhar pousado em mim, tentava fugir-lhe mas ele insistia atracar em mim, soltava faíscas sempre que se cruzava com o meu, sinto ainda o desconforto de o ter sobre mim colado no meu corpo. Tento insistentemente que me abandone e por isso mesmo as minhas mãos pousam sobre os seus olhos, é agora a sua boca que me procura, fujo para que não me sinta. Atraca nos meus seios, ferra-os de tal forma que não consigo evitar o grito que se atropela subindo a espinha em direcção aos meus lábios, beijo-o para que sinta a ebulição que emana do meu corpo, afasta-me segurando a minha cabeça para que possa assim observar-me mais uma vez. O seu olhar é demasiado pesado para que o consiga suportar tento escapar mas estou de tal forma envolvida que raciocinar não é uma hipótese, estamos colados frente a frente, as minhas pernas entrelaçam-se na sua cintura e as minhas mãos perdem-se nas suas costas. Olha-me ainda, empurro o meu corpo para trás e encosto as minhas mãos nos seus joelhos para que não me alcance, mas ele não deixa, sinto o peso das suas mãos nos meus ombros puxando-me para ele, para aquele corpo sem rosto, não consigo vê-lo e por isso mesmo não suporto que veja a nudez da minha alma o desejo está tão eminente que não consigo parar de estremecer, sinto o seu arfar quente no meu pescoço e mordo os meus lábios para que não gritem de prazer, sinto o meu coração palpitar em sintonia com todo o meu corpo, quero agora olhá-lo mas estou tão longe que já nem sei comandar o meu cérebro. Respiro, limito-me a respirar já que tudo o resto me é agora alheio, solto um gemido furtivo e sinto-o sorrir, sei que sorri sem que precise olhá-lo, debruço-me sobro o seu peito e ferro os meus dentes nos seus ombros para que assim sinta tudo aquilo que já não consigo controlar, cravo as unhas nas costas daquele corpo sem rosto e sinto a sua língua nos meus seios desenhando círculos perdidos, seguro-lhe a cara e atraco na sua boca, mordo-lhe os lábios para que melhor me sinta estou quase a explodir, sinto as suas mãos percorrendo-me as costas com as pontas dos dedos estremeço e sinto agora que os meus olhos se querem abrir, ordenam a todo o meu corpo que execute essa ordem, sinto as pálpebras abrirem lentamente para que dêem espaço a que o prazer se revele também… abro os olhos e sinto ainda o sobressalto que consome o meu corpo mas não encontro nada apenas a mesma sombra daquela mesma estrela balançando, tic tac, tic tac…

segunda-feira, 16 de julho de 2007

São gostos....


São gostos. Sempre que a língua se remexe em contacto com o que lhe ofereço. “peach, i can eat a peach for hours” , i do can. Just not the same way mister Nicolas Cage does in that movie… peach, pêssego poderia ser, com a sua pele de veludo e o seu corpo rijo que apetece trincar… poderia mas não é. Poderia ser um morango, com a sua cor de sangue e os seus grãos, não de areia mas de sabor…trincá-los-ia de bom grado e sugaria o sumo que me escorregou pelas mãos. Poderia ter sido um limão, pô-lo-ia na boca para sentir o seu azedo reflectido nos meus olhos que se cerram. Poderia mas também não foi. Poderia ser manga… daquelas que já não se trincam, chupam-se até ao caroço e deixam saudade. Poderia mas também não é. Poderia ser maçã, aquela que se trinca após o almoço para amansar uma refeição pesada, mas também não é. Poderia ser uma nêspera ainda amarga por não estar suficientemente madura, mas parece-me pequena demais, não me apetece logo não o é. Poderia ser tanto… e é apenas uma ameixa… uma ameixa e o seu gosto a cereja na minha língua…

domingo, 15 de julho de 2007

Madalena e Carlos


Hoje vou falar deles.

Madalena, mulher feita com olhar de criança, cabelos negros e desajeitados, boca de ameixa, sorriso de maçã, pele de farinha, mãos de harpa, voz de mel.


Carlos, homem quase por construir, olhar perdido, cabelos castanhos e ordenados, boca de morango, sorriso inexistente, pele de avelã, mãos de terra, voz de cigarros engolidos.


Madalena estuda, quer ser professora para ensinar os meninos. Gosta de cantar ás escondidas do pai para que este não a chame de tola. Lê incessantemente como se as palavras fossem o único alimento que necessita. Todas as manhãs passeia á beira do lago e chora sem saber porquê.


Carlos trabalha, já desde os 12 anos, não tem sonhos, aspira apenas encontrar alguém que cozinhe para ele e seja um abrigo quando chega do trabalho. Não sabe ler mas gosta de ver as fotografias que acompanham as letras do jornal que todos os dias folheia no café do Senhor João. Todas as noites vai dar um passeio á beira lago olhando a lua, chora sem saber porquê.


Hoje a manhã estava agitada e Madalena não pôde ir dar o seu passeio ao lago. Optou por refugiar o seu olhar num livro, um qualquer romance que a faz ter um brilho especial nos olhos. Canta enquanto cozinha o almoço.


A agitação do dia não deixou que Carlos pudesse trabalhar, foi para o café do Senhor João e passou o dia inteiro a olhar as imagens dos jornais perdidos entre as mesas e acompanhados por cigarros. Pela primeira vez quis saber o que eram aquelas letras e os seus olhos brilharam. Assobiou uma música qualquer e foi para casa. Não conseguiu ir ao lago, a noite estava demasiado agitada.

Um qualquer feriado que o calendário marcou. Madalena adormeceu e não foi ao lago de manhã. Carlos dormiu até mais tarde e não foi ao café do Senhor João. Depois do almoço dirigiram-se os dois para o lago. Madalena a pé, Carlos de bicicleta a pedal.

O sol dourava o chão e a água estanca do lago. Apenas uma sombra ocupava aquele ouro. Carlos chegou primeiro, sentou-se ao lado dessa sombra sem deixar que ela o pisasse, olhou a água. Madalena chegou e viu que alguém ocupava o lugar onde todas as manhãs se sentava. Aproximou-se e disse Boa tarde, nervosamente Carlos respondeu da mesma forma. Madalena sentou-se ao seu lado. Abriu o livro que havia levado consigo e começou a ler em silêncio. Passado alguns minutos ouve-se a voz de Carlos que irrompe aquele silêncio de ouro Esse livro não tem imagens, ao que Madalena responde tem sim, mas são imagens desenhadas por palavras. Carlos olha o chão e Madalena fita-o, nunca leste um livro? Carlos diz que não e imediatamente ela começa a ler em voz alta a descrição de um pôr de sol num qualquer sítio, num qualquer tempo, quando parou de ler olhou para Carlos e sem precisar falar percebeu que ele tinha visto aquele pôr de sol. Olharam-se nos olhos e pela primeira vez sorriram naquele cenário embalado por luz e paz, acompanhados por imagens e palavras em conjunto.




sábado, 14 de julho de 2007

Andam por aí...


Andam por aí palavras soltas no vento. Batem nos campos e curvam as ervas que apenas querem existir. Andam por aí, a espalhar confusões, a curvar opiniões e desejos.

Andam por aí palavras soltas no tempo, bateram ontem na minha face e estalam hoje no meu ouvido… sopro surdo que ensurdece de tão gritante que está. Andam por aí ambiguamente. Diz mais baixo, não grites tanto por favor, gosto dos sussurros, são mais fáceis de ouvir.

Andam por aí palavras soltas que me desfazem os caracóis, querem irritar-me mas eu não ouço o que dizem, sorrio apenas porque não entendem.

Andam por aí palavras soltas no vento que curvam as árvores e não as raízes. Fazem-nas dançar mas não recuar.

Andam por aí palavras soltas no vento, batem, cantam, dançam, desordenam, são, passam e seguem enquanto eu permaneço com o silêncio do seu som.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Estátua de Carne


Estátua de carne
com coração de pedra
tem sentidos mas não sente
tem olhos mas não vê
tem lágrimas mas não chora
tem pés mas não anda
tem boca mas não fala...
Estátua de carne
com coração de pedra
tem mãos mas não toca
tem braços mas não abraça
tem cérebro mas não pensa...
Estátua de carne
arquitectada por artista incerto
foi criação mal acabada
tem tudo mas não tem nada
seu coração é apenas pedra...

quinta-feira, 12 de julho de 2007

uma dança


A música soa de fundo, faz gingar a anca. Danço descalça no chão sujo que me escurece os pés e me faz deixar marcas quando passo para o chão limpo, deixo-me rodar ao sabor do som, rodopio, rodopio, rodopio. Abraço o vento, a única companhia que hoje permito… rodo e abraço o mundo que já tocou este vento. Os pés marcam a dança que se perde. De olhos fechados sigo o som da ginga inocente. Vida leve e feliz a destes pés que dançam. Dançam e esquecem as pegadas que antes marcaram, apenas esta dança importa. Não há vida além disto, danço e sou livre, sem memória e ri-o, como ri-o. Momentos de felicidade que nos invadem, para quê pensar no resto, estou feliz agora, não quero importar-me com o facto de que ela eventualmente irá acabar, quero apenas dançar. A anca continua a dançar, a música que se perde no espaço embala o sorriso e as lágrimas que caem da felicidade que tal simplicidade permite. Ninguém me conhece além do vento, das lágrimas e desta música que me faz gingar, sinto o cabelo acariciar-me a pele. Como sabe bem ser refúgio de mim mesma nesta ginga sem fim, apenas eu e o cenário onde danço. A saia roda ao sabor da ginga, abro os braços ao vento e danço. Estes pés descalços e sujos que marcam um momento. Não quero que acabe, quero dançar assim para sempre, neste momento… rodopio com a saia e o cabelo que me acompanham… mas a música chega ao fim e a anca pára com ela. O vento continua a soprar o cabelo e a saia, como que a incentivar-me a não parar, mas sem música os olhos abrem e o sorriso afrouxa, a lágrima cai. Olho o chão sujo dos pés que aqui dançaram, o sorriso volta, posso não voltar a dançar hoje, mas a música e esta dança poderei sempre repetir… um dia… num outro cenário…

quarta-feira, 11 de julho de 2007

sons que se misturam com palavras (texto)


São sons que se misturam com palavras. I melt with you, yes always.
Derreto todos os dias um pouco, com o mel dos sons que embalam o ouvido e as ideias reflectidas em palavras. Derreto com os olhares que se perdem sem destino, ou mesmo aqueles que faíscam e provocam sorrisos nervosos, derreto com esses mesmos sorrisos sinceros. Sorrisos sábios, espelho de um espírito sábio. Sorrisos malandros de criança que se quer obrigar a crescer, sorrisos loucos de crescidos que não deixam de ser crianças. E derreto com palavras... Essas palavras que embalam sorrisos, ideias, olhares e me fazem derreter contigo. Tu que dás tudo isto. Tu que te desdobras em olhares múltiplos, sorrisos diversos, palavras perdidas. Tu que és todos e nenhum, tu que existes em todos os diferentes que comigo se cuzam, me preenchem e me derretem.
Sim derreto contigo, essência que brinda alguns e me faz feliz. tu música, palavra, mundo.
Obrigado por me fazerem derreter!

sons que se misturam com palavras

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Janela


Paredes são apenas quatro, assim como os quatro lados que desenham uma janela numa dessas paredes, pode ser uma qualquer não é importante. Por baixo dessa janela uma cómoda antiga, uma qualquer não interessa qual o modelo que lhe incute simulado estilo, em cima o típico napron branco. Aproximo-me da janela e repouso os meus ombros nessa mesma cómoda que por sua vez respousa no chão que se encerra nessas quatro paredes. Dirijo o meu olhar para a janela, para além do vidro que me separa a mim do resto.
Um lago tão azul que chega até a ser roxo, não tem peixes nem nenúfares apenas alguém que o olha. Não, não sou eu, apenas alguém além de mim. Tem cabelo amarelo a atirar para um branco amarelado e umas botas pretas de borracha que não combinam com o seu ar de princesa bem servida. O vento revolta-lhe o cabelo não deixando que lhe veja a face, fica imóvel e mexo os meus olhos procurando algo mais... esquerda, direita? Esquerda, que seja, assim me parece bem. Uma árvore, um sobreiro, ou pelo menos aquilo que para mim é um sobreiro, encostado a ele repousa um cão que de tão manso parecer chega a apetecer-me chamar-lhe gato, deve ter dono porque lhe entrevejo uma coleira no pescoço, adormecido cola a cabeça ao rabo. Mais uma vez o vento revolta-lhe o pêlo e fá-lo encaracolar-se sobre si mesmo, já me cansou de tanto não se mexer.
Vamos para a direita então, esgotam-se as hipóteses (ou não) mas que seja. À direita dunas, de um deserto, de um vale ou de um monte, todos as têm. Nelas passeia um tractor que de tão velho já parece apenas fumo, fumo que se confunde com o de outro alguém que se esqueceu de um cigarro no canto da boca enquanto cumpre a difícil tarefa que é guiar um tractor percorrendo dunas.
Páro e olho para o céu, de tão branco que está nem parece algodão, é-o de facto.
Olho de novo para além da janela. A menina com as botas aventura-se no lago, depois de muito procurar sai de lá com um osso. Do lado esquerdo o cão acorda quase como se sentisse o cheiro do osso, a trela persegue-o e a menina prende-o a ela. À direita nas dunas ouve-se um assobio e o nome "filha" e vejo afinal não um tractor mas um qualquer transporte de três lugares (o número perfeito segundo alguns ).
Os meus olhos recuam, estão agora para cá do vidro que não é espelho, é não mais que uma janela que mostra um teatro alheio. Espreguiço-me e olho para o chão, é aí que se encontram os meus pés, nesse chão encerrado entre quatro paredes.

sábado, 7 de julho de 2007

ser.....


ser cigarro que nasce para desaparecer
ser o ser que nasce apenas para morrer
ser alguém, ser ninguém
ser ou não ser...
ser tua, ser nua, ser lua!!
juntar palavras que parecem não conjugar...
juntar água a azeite
e açucar ao mar...
pôr um peixe a voar
pôr um gato a nadar
roubar apenas uma estrela
guiar-me por ela!
ser borracha para o tempo poder apagar
ser criança, para apenas ter de brincar
ser fumo....
só fumo
nada mais que fumo
para desaparecer.......
para no tempo e no espaço me perder
apenas deixar de ser....

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Proust, uma madalena, um chá e o restante...




Verde por fora, branca por dentro, mero recipiente.
Um chá bem quente, sopro-o á cinco minutos e não alcança a temperatura certa. Fecho os olhos enquanto o sópro e o seu bafo quente faz-me viajar para outro lado. Uma frase desenha-se por si só na minha mente, Proust, uma madalena, um chá e o restante. Proust e as suas memórias acompanhadas por um chá e uma madalena, eu com um chá e uma caneta que rebola em busca de memórias. Sopro mais uma vez para que este calor me aqueça as lembranças. Mexo a água tingida e vejo-a rodopiar qual furacão abalroado, a colher tilinta ao bater na caneca... Gostava de me lembrar da primeira música que ouvi, deve ter alum significado especial, deve por certo ter sido importante pois ainda hoje a música tem vida activa em mim.
Fecho os olhos e tento viajar, recuar até ao início, mas o tempo perde-se sem resposta... Lembro-me da última vez que cantei, muito próxima e por isso tão presente... arrefeceu um pouco, sacio-me com um gole...
Volto a fechar os olhos e a tentar recuar, de repente uma imagem se desenha na minha mente, eu pequenina, de tal forma ainda criança que pareço uma formiguinha de caracóis com a mania que já é gente. Brinca enquanto outros tentam comer, cheia de vida de tão menina que é, pedem-lhe que sossegue mas sabia lá ela o que era sossegar. Pega numa colher
faz dela um microfone, ou "bicofone" como me lembram agora os "grandes" que era o que lhe chamava, qual estrela empoleira-se numa cadeira que nessa altura parecia um lanço de escadas tão difícil de subir. Era uma estrela num espectáculo importante (mais um gole de chá), pega no seu "bicofone" e começa a cantar. Lembro-me, lembro-me sim, dá-me agora vontade de rir por me ver lá, ver como achava que já era gente, podia não ser gente mas lá que tinha graça tinha...
O chá acabou já frio enquanto as memórias ficaram quentes...
Ah! A música qual era? Marco Paulo "Ò Joana", de certo não foi a primeira que ouvi, mas é a primeira de que me lembro...

The begining....

então cá estamos, ou melhor cá estou... sempre tive vontade de fazer um blogg mas vá-se lá saber porquê ainda não me tinha metido nisto a sério...espero não cometer muitas atrocidades... será um espaço para divagações, constatações... o casulo de borboleta da boneca de porcelana ;) lets start it then :D