quarta-feira, 27 de julho de 2011

Citação



“Eu queria oferecer-te o meu corpo para que o absorvesses no teu.”


Silêncio com cheiro a vermelho.
Respiro para dentro em sinfonias de perdição.
Embrulhas-me no teu peito em suspiros de quase morte...

Sinto a tua respiração escorrer-me pelo ombro, pescoço, pequenas explosões de um desejo maior...
Ofereço-te o meu corpo para que sintas a minha alma. Sorvo-te em línguas que tocam os lábios quentes...
Quase morte em tangentes de sabores partilhados.

Gosto que me arrombes os sentidos, que me esmiúces e me prendas em cordas soltas. Sinto-te na nuca em pequenos toques que se dobram no ventre.
Gravo o teu cheiro no peito para que me arrepie a mente

Pergunto-me, a que te sabe a minha pele?
A tua? Colapsos corporais em estremeceres intermitentes... é esse o teu sabor.

Vibra-me o corpo em reminiscências. Se fechar os olhos consigo sentir-te, ainda, dentro de mim.

Sinto, sei, que passaria um dia inteiro em quase mortes arrastadas até à exaustão.
[Chegaríamos lá?]

“Chamo-lhe amor para simplificar. Há palavras assim que se dizem como calmantes. Palavras usadas em série para nos impedir de pensar.”

[Pensar]

Penso no sabor que deixas em mim

[Calmantes]

Acalma-me o calor do teu corpo na minha face e a tua presença em mim...

[Simplificar]

O amor não simplifica... adensa-se e rasga-se em tudo o que de oferta absorves de mim, assim...

Imagem de Pollock


[Todas as citações neste texto são da autoria de Inês Pedrosa na sua obra Fazes-me Falta]