sábado, 14 de julho de 2007

Andam por aí...


Andam por aí palavras soltas no vento. Batem nos campos e curvam as ervas que apenas querem existir. Andam por aí, a espalhar confusões, a curvar opiniões e desejos.

Andam por aí palavras soltas no tempo, bateram ontem na minha face e estalam hoje no meu ouvido… sopro surdo que ensurdece de tão gritante que está. Andam por aí ambiguamente. Diz mais baixo, não grites tanto por favor, gosto dos sussurros, são mais fáceis de ouvir.

Andam por aí palavras soltas que me desfazem os caracóis, querem irritar-me mas eu não ouço o que dizem, sorrio apenas porque não entendem.

Andam por aí palavras soltas no vento que curvam as árvores e não as raízes. Fazem-nas dançar mas não recuar.

Andam por aí palavras soltas no vento, batem, cantam, dançam, desordenam, são, passam e seguem enquanto eu permaneço com o silêncio do seu som.

Um comentário:

CNS disse...

Mas parece que as agarras e teces rendas com um bater de asas...