segunda-feira, 22 de março de 2010

Acácia


O campo era verde e eu corria.
O dia era banal e eu corria.
O tempo não existia e eu corria.
Podia ser ninguém mas corria.
Podia não ter alguém mas corria.
Podia ainda ser deserto ou livro em branco mas corria.

[YouWillNotDieWhoYouWereBorn]

Era uma alegoria de pureza por entre sons perdidos
Um quadro renascentista com apontamentos cubistas
Deuses confusos perdidos na religião geométrica
Um sol que brilha num buraco negro
Uma criança que corre no campo verde, atrás de nada e levando tudo na palma da mão...

[IFeelItAll,IFeelItAll]

O sol que queima um ombro nu
Uma esplanada de estranhos
Um gelado que derrete
Uma brisa promiscua que beija a todos
Um momento preso numa imagem

[I'mAlwaysInThisTwillight]

Sem saber perdido em sabores alheios
Passos de ferros enferrujados e verga moldada
Sons ausentes em sentimentos presentes
E pedaços que morrem ao passar do tempo...

E eu apenas não sabia que a brisa os podia levar...

2 comentários:

lampâda mervelha disse...

Não podes tu levar-me
Não me queiras em ti, disperso
Não toques, não veles
Este pranto a que me dou
Quando não me levas nem me trazes
Não podes tu dizer-me
Apenas que não me queres
Nas tuas mãos, no teu silvo
Agora que não sinto, murmuro fresco
Não me inventes, não me faças ao vento
Não me colhas, nem me tentes
Que da tua brisa já desconheço o toque
E desconfio quando me trazes a maresia
Ao sabor na boca a saudade dos teus lábios
Que o desolo não é finito
Nem o desvelo a tua nudez de intempérie
Não me moldes no teu sopro
Quando me tolheste num breve toque

22-03-2010

farfalla disse...

Toca... sem não,com sim...