terça-feira, 16 de junho de 2009

Res Aliena


Escorregou da Lua.

Rebolou pelas estrelas até aterrar.

Descobriu não saber andar.
Descobriu não saber comer.
Descobriu não saber respirar, sorrir ou mesmo olhar.

Nem por isso se travou.
Seguiu.
Sentiu.
Provou.

Em espuma de incertezas caminhou buscando as interrogações das quais origem não sabia e das quais medo não sentia.

Pequena bailarina por entre uma verdade abstracta. De maneira exacta aprendeu a saltitar tudo o que no seu destino surgiu, ainda que sem o perceber.

[Espelho]

Onde estás?
Quem foste?
Quem és?
Quem serás?

Sinto falta de ti que não conheci, gosto de ti presente, da mesma forma que só tenho que agradecer ao que agora é passado.

[Noite]

Fogo escorre pelo pescoço em sentido contrário. Sopra ao ouvido estremeceres roucos. Molha os lábios e espalha calor. Roda um corpo contra a parede e impede-o de mexer. Olhares, apenas olhares por entre o resto.

[Suor]

Quem serás?
Onde estás?
Quem és?
Quem foste?

[Silêncio]

Reticentemente se aninha sobre si… olha as mãos e os seus desenhos, caminhos… serão sempre não mais que caminhos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Foi como comer um docinho de côco, ler este post =)

Anônimo disse...

Sou um "sucker" para comédias românticas de Hollywood. São 2h13 e não consigo parar de pensar em ti. Não consigo deixar de verter uma lágrima a ver um filme, nada de muito bom mas que não me dá outra opção senão a de lembrar-me de ti. Estive a um passo de te mandar uma mensagem agora, a meio da noite. "Amo-te", tal como tu sonhaste. Podia ter sido bonito, mas sei que te iria deixar no meio de uma situação menos agradável para ti. Por isso mesmo tive que escrever isto. Porque sei que a dada altura tu vais ler, sem perigo, e vais perceber que estou a falar de ti. E de mais ninguém senão de ti. Sonhar é fácil, e estes filmes alimentam-me os sonhos. Seja que filme for, sejam que actores forem, fico sempre com a sensação que somos nós os actores. E aqui ficaste a matar de Kate Beckinsale... e eu, o verdadeiro palhaço fielmente retratado por Adam Sandler. Alguém sempre disse que a vida é como uma peça de teatro, não é verdade?... Um dia contei-te que tinha sonhado contigo, mas recusei-me na altura de te dizer qual tinha sido o sonho. Não o disse por vergonha, por sempre uma coisa tão simples e mundana que acabei por amar incondicionalmente esse mesmo sonho. E agora sim, sinto-me preparado para te contar... Sonhei connosco. Sozinhos a jantar. A jantar na nossa casa. E quando acabámos de jantar, levantámos mesa juntos. E fomos lavar a loica. Senti em toda a duração do sonho a nossa cumplicidade... Foi esse o melhor sonho da minha vida. Sou um estúpido ao acreditar que os contos de Hollywood podem realmente ser possíveis de acontecer? Sim, sou um bocado. Mas sei que são esses sonhos e as suas emoções inerentes que me batem bem no fundo e que me provam dia após dia o quão divertido é viver a vida, nem que seja uma vida de merda. Há já muito tempo que para cada sms que recebo rezo, para que seja o teu nome a primeira coisa a aparecer. Esta é uma realidade fria e dura. Mas é a minha realidade.

Amo-te Tecla B... eu sei bem o que a gasta casa