sábado, 5 de junho de 2010

Tre


voz imperfeita, como imperfeitas são as razões de se ser. estar.

Ouço um som imundo perdido por entre flashes epilépticos. Indirectos. Inodoros.

Repulsivos, ainda.


Quero lama no meu banho

Quero terra no meu peito


Quero fins para que haja um início.


Quero o vício, aquele vício antigo de caminhar de peito aberto pelo caminho de outros.


Mas a condição é situação de desunião de mim comigo.
imagem Misha Gordin

2 comentários:

Beatriz disse...

E encontraremos a perfeição na imperfeição das vozes.
O caminho? Esquece o dos outros, torna o teu belo.

Sem mais nada a acrescentar, um post magnifico, como todos o são.

Um beijo, Farfalla :) *

Joaquim Maria Castanho disse...

Décimo Primeiro Cálice


Andam rosas autênticas sob o estampado de outras mais e-reais
Que umas sendo arte reproduzem aquelas originais primeiras
Não se sabendo agora reconhecer a autoria sufixa dada e às quais
Sim, quais foram e são as verdadeiras, se aquelas das roseiras
Ou estas @qui alvas subtis e glamorosas mais belas que as demais?


Mas se gerar confusão esse romance assim sumariado no viés alfim
Saiba-se então, que o soletrado afélio da rima é ainda mais para mim
Onde aquela cujo nome me cresce à prontidão e entendimento atendido
Se faz poema aceso-verso e sinal, estrofe de si a quadrar puro sentido
Como se fora a Aurora ao fim do dia ou Vénus a pôr-se no Nascente
Tudo trocado, nisto somado assente fica, que viver é bem mui pouco
Pois põe-me o sentido louco, se quem deveras amo está flor ausente.


Porém se caminha indica também caminho e é bússola desse raminho
Haste de folha verde que a sustém no carinho da esperança sinuosa
A subir amparada na roseira de asilo sem o espinho da rosa verdadeira
Que destino estampado na seda, algodão ou linho é a mais real maneira
De beber a fé primeira vestida de veludo nos lábios de pétala da rosa.