segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
leeg
Bate no peito secura
azul
esverdeada
Desdobram-se as mãos por entre pequenos espaços livres no vazio
uma porta que se abre no fundo de um corredor escuro
uma voz que chama, semi viva...
Não há passos.
Inércia.
Ela seguia.
casaco preto.
ténis gastos na sola.
atacadores a arrastarem pelo chão.
gorro que esconde um cabelo longo e negro, liso.
um lenço semi enrolado envolvendo o pescoço.
Ia...
a noite desenhara-se já em espaços negros pela rua
as sombras antes escondidas do sol, estendem-se agora sob fracas luzes ao longo da rua.
Algumas músicas saltitavam nos seus ouvidos.
Não estava triste mas sentia no seu peito uma tristeza recorrente...
Aquela que não se acoita num peito
Que não morre num sorriso
Que não é roubada por ninguém.
Aquela que a conhece desde sempre
que se esconde no canto da íris
no bater fraquejado do coração
no sinal que se adormeceu no seu rosto
Segue branca rumo ao escuro
sozinha
apenas com vozes nos ouvidos.
Vazia.
Não está vazia, mas vai sendo vazia em breves espaços que lhe arrepiam a pele ao tocar a brisa.
Olha um vago vazio sem dono que se estende pelo caminho.
Tocam sinos.
Passam carros.
Fortes luzes intermitentes.
Esqueceu o relógio.
matou o tempo em breves minutos.
Não há vontade neste espaço.
Mas segue.
Há um destino... ao qual escapa hoje... porque sim.
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Um comentário:
Ela é brava e um miúda com dignidade. Se fosse um treinador de futebol k estivesse a abandonar o campo, na última jornada, depois de uma vitória, mas sabendo k ia ser despedido após uma época de altos e baixos, responderia aos aplausos-despedidas dos adeptos assim:
mão direita aberta debaixo do queixo, na horizontal, empurrando para cima o queixo, logo, a cabeça. "cabeça levantada, vós k ficam, pois eu vou partir. cabeça levantada sempre! acreditai, nunca desistir. mesmo sem mim, um dia vocês vão vencer!". seria assim.
Eu gosto dela.
Ass.: D.
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