quarta-feira, 24 de março de 2010

OutInside





Espelho a meia luz...

reflexo...

Quem?

Por baixo de todas as capas não se sabe
Retira as camadas de maquilhagem
As pinturas cubistas
renascentistas e rupestres
os arco íris e os borrões

De olhar vazio quis cortar o mundo de dentro do peito.
Rasgar o Universo
Arrancar os sonhos...

Por entre os camaleões e as metamorfoses não sabe quantas vidas perdeu...

Não se vê em pureza nua

deixou de se olhar tem tanto tempo que deixou de se ter nesse tempo...

Nem na nuvem
Nem na água
Nem no toque
Nem no gosto

prova a pele em busca de reminiscência...

Nada.

Sabe não ser uma folha em branco...
Mas por um minuto, apenas um minuto quis estar limpa de tudo

Do lado de fora...
no rosto jamais no olhar...

5 comentários:

lampâda mervelha disse...

Tamanha incapacidade de me anular perante o espelho
e ainda assim, sentir-me tão cheio de nadas
mas que nadas são estes que tanto me preenchem
estes... estes que me fazem
e revolvem-me até emergir de novo
olhando-me ao espelho, na tamanha incapacidade...

lampâda mervelha disse...

*

filipa disse...

(como escrevi num texto meu)... esqueceu-se do seu nome, do seu rosto, das batidas compassadas do seu coração... já não reconhecia a imagem que o espelho lhe devolvia...

bonito texto*

Teste disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana disse...

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