Há no ar um cinzento enegrecido. Por entre as gotas vê uma impressão… Pressão que a empurra sobre si mesma... sabe a arrepios na espinha com travos a incerteza.
[Pestanejar]
O ar está carregado. Conta as paragens até chegar a casa. Não há vozes acolhedoras, não há sorrisos. Sente-se só entre a multidão. O vento gelado dá-lhe estalos segundo após segundo. Caminha acompanhada pelas folhas de Outono tardio que varrem o chão.
[Pestanejar]
Chora por dentro. Chora a falta de esperança, o desconsolo, o desamparo de si mesma. Chora em silêncio e sem lágrimas… e ninguém à sua volta vê o choro que o sorriso esconde… só…
[Pestanejar]
Atira a vontade ao chão e pisa-a nos intervalos da calçada. Está enegrecida do corre corre que por ela passa.
[Pestanejar]
Alma cansada. Indecisão contínua. Pensa que talvez os astros estivessem certos demais…
[Pestanejar]
Quer um peito onde acoitar-se, não um qualquer… aquele, apenas aquele mas hoje ele não está presente para silenciar o resto, não há mão, não há carinho há apenas o frio que invade o casaco e o parece querer arrancar do corpo… corpo frio, corpo sem rumo, corpo sem acção.
[Pestanejar]
Talvez não seja suficiente, talvez ela não seja tanto quanto pensam, talvez ela seja apenas nada… talvez ela não seja aquilo que esperam dela. Talvez seja apenas um vazio bem disfarçado.
[Pestanejar]
Talvez seja inconstante demais ou constante em excesso. Talvez não seja nada além de uma ilusão. Talvez não seja, apenas.
[Pestanejar]
O dia morre a cada alvorada, não há tempo marcado no calendário nem relógio que marque horas, os números apagaram-se e os ponteiros desfizeram-se… nem vento tem som, há silêncio fora dela… ou barulho a mais dentro… como diz, é sempre um questão de perspectiva…
[Pestanejar]
Quer chegar a casa. Quer bater a porta atrás de si e encolher-se no canto mais escuro do quarto mais escuro da casa mais escura do prédio mais escuro do quarteirão mais escuro do bairro mais escuro da cidade mais escura do país mais escuro do planeta mais escuro…
[Pestanejar]
Talvez desapareça no meio da escuridão. Talvez perca esta vontade no repouso do peito que anseia… talvez deixe de ser o “talvez” e o “não sei” que tanto a caracterizam… talvez morra… ela… ou eu… já nem sei.
[Pestanejar]
Há luz ao fundo do túnel. Pergunto: conseguirá brilhar com ela?
[Impressão de pressão...]
[Pestanejar]
O ar está carregado. Conta as paragens até chegar a casa. Não há vozes acolhedoras, não há sorrisos. Sente-se só entre a multidão. O vento gelado dá-lhe estalos segundo após segundo. Caminha acompanhada pelas folhas de Outono tardio que varrem o chão.
[Pestanejar]
Chora por dentro. Chora a falta de esperança, o desconsolo, o desamparo de si mesma. Chora em silêncio e sem lágrimas… e ninguém à sua volta vê o choro que o sorriso esconde… só…
[Pestanejar]
Atira a vontade ao chão e pisa-a nos intervalos da calçada. Está enegrecida do corre corre que por ela passa.
[Pestanejar]
Alma cansada. Indecisão contínua. Pensa que talvez os astros estivessem certos demais…
[Pestanejar]
Quer um peito onde acoitar-se, não um qualquer… aquele, apenas aquele mas hoje ele não está presente para silenciar o resto, não há mão, não há carinho há apenas o frio que invade o casaco e o parece querer arrancar do corpo… corpo frio, corpo sem rumo, corpo sem acção.
[Pestanejar]
Talvez não seja suficiente, talvez ela não seja tanto quanto pensam, talvez ela seja apenas nada… talvez ela não seja aquilo que esperam dela. Talvez seja apenas um vazio bem disfarçado.
[Pestanejar]
Talvez seja inconstante demais ou constante em excesso. Talvez não seja nada além de uma ilusão. Talvez não seja, apenas.
[Pestanejar]
O dia morre a cada alvorada, não há tempo marcado no calendário nem relógio que marque horas, os números apagaram-se e os ponteiros desfizeram-se… nem vento tem som, há silêncio fora dela… ou barulho a mais dentro… como diz, é sempre um questão de perspectiva…
[Pestanejar]
Quer chegar a casa. Quer bater a porta atrás de si e encolher-se no canto mais escuro do quarto mais escuro da casa mais escura do prédio mais escuro do quarteirão mais escuro do bairro mais escuro da cidade mais escura do país mais escuro do planeta mais escuro…
[Pestanejar]
Talvez desapareça no meio da escuridão. Talvez perca esta vontade no repouso do peito que anseia… talvez deixe de ser o “talvez” e o “não sei” que tanto a caracterizam… talvez morra… ela… ou eu… já nem sei.
[Pestanejar]
Há luz ao fundo do túnel. Pergunto: conseguirá brilhar com ela?
[Impressão de pressão...]
6 comentários:
a vida é uma extensa viagem no fio da navalha, belissima.
Beijos
o esconder-se da vida impede qualquer luz... de oportunidade, felicidade, encontro e descoberta!
bjão da fê =D
Ela... é a tua questão, certo?
Spectrum, nem teria graça se fosse de outra forma ;)
fê, obrigada pela visita ;)
_baci_
Anónimo: não entendi a tua questão
"conseguirá brilhar com ela?". Pergunto: Ela é a tua dúvida???? Conseguirá ela brilhar????
anónimo: "ela" é a luz, conseguirá Ela sujeito brilhar com "ela" a luz ao fundo do túnel...
_baci_
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