quarta-feira, 8 de agosto de 2007


Corria o dia y do ano x, começou com chuva. Foi quase como se o dono da meteorologia adivinhasse o meu estado de espírito. Chorava por dentro, um choro que vinha bem lá do fundo, de lá dentro, daquele sítio que sabes bem qual é… aquele que ama, odeia, guarda memórias e sonha com as que virão, isso mesmo aquele sítio a que chamam coração. Ele acordou a chorar. Não, não lhe perguntei porquê, isso apenas faria com que acordasse aquele outro sítio onde habita a razão, isso mesmo o cérebro. Não quis saber qual a razão… mas eles comunicam… o cérebro é um sítio complicado que gosta de indagar acerca das coisas por isso assim que se apercebeu começou a questionar o que se passava com o seu amigo coração. Cedo se apercebeu que tudo se devia aquela maravilhosa palavra que só os portugueses proferem, saudade. Saudade? Mas saudade de quê? O pior é que o coração é aquele sítio indeciso… que apenas sente sem se perguntar seja sobre o que for… o diálogo é complicado como sabem…

O dia y passa lentamente, o canto da sua chuva embala as lágrimas do coração. Enquanto o cérebro insiste em não parar.

Final de tarde, a chuva pára, algures num momento ficou decidido que eu iria caminhar á beira-mar. Fui. Molhei os pés e sentei-me na areia fria da chuva e da água que a beija constantemente. As lágrimas voltaram, senti-as quentes enquanto deslizavam pelo rosto, coração e cérebro deram as mãos enquanto o pôr-do-sol começou a cair, senti algo que me invadiu, uma certeza repentina… Sorri… posso até chorar sem saber porquê, o meu coração e o meu cérebro podem inclusive levar a cabo batalhas infindas mas a verdade é que sou vida, recheada de momentos, momentos que me fazem feliz…

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